Resenha: Como Superar um Fora

Lançado em 29 de Novembro de 2018 na plataforma da Netflix - 31 de Maio no Peru, Como Superar um Fora (Soltera Codiciada, no título original) é uma produção de origem peruana de comédia romântica com uma hora e quarenta e quatro minutos (1h44min) de duração. 

Fonte da Imagem: Netflix

Sinopse: Solteira e com o coração partido, ela começa a escrever um blog. E o sucesso do site é a oportunidade perfeita para virar a página e recomeçar a vida. - Netflix

O filme conta a história de María Fe (Gisele Ponce de Léon), que logo na primeira cena está em uma banheira, lamentando-se pelo término de relacionamento com o namorado, Matías. O rapaz tem a coragem de terminar o namoro de seis anos pela internet, o que acaba com a moça. Então, desde o fim, ela começa de novo, tentando se ocupar e superar o fora que levou.

O filme tem alto astral, é bem humorado e diferente de todos os outros filmes que eu já tinha assistido no qual a protagonista sofre um término duro. Ele mostra a realidade que qualquer um, especialmente nós, mulheres, passamos quando terminamos um relacionamento. A personagem fica devastada e passa por todos os estágios da depressão pós relacionamento e como ela tenta levar a vida após isso. 

Primeira cena do filme, com María Fe se lamentando. Pode-se observar uma garrafa de vinho ao lado de uma caixa de pizza quase vazia, assim como fotos espalhadas ao chão. 

Fonte: Netflix

Eu amei que a Maria Fe é totalmente identificável - o que você quer fazer depois de levar um pé na bunda? Chorar. Gritar. Comer - uma cena mostra Fe comprando bebidas e de quebra enormes pacotes de doritos. Ela sai, ela festeja, ela tenta de todo jeito se distriar, mas isso não cura as feridas abertas e nem a saudade imensa, tão grande que a faz imaginar seu ex ao seu lado. O jeito foi criar um blog, o Soltera Codiciada (Solteira Cobiçada) e começar a escrever sobre relacionamentos. 

Eu morri de rir no filme porque ela tenta de todo jeito esquecer o ex, conseguir uma carreira de sucesso com um chefe mala sem alça e lidar com seus amigos, um mais único que o outro. É um combo de sucesso para a falência. María Fe passa por de tudo um pouco, um tinder que não deu certo, uma aula de pole dance que mostra que humilhação não é a forma de superar um término e uma briga com a melhor amiga e claro, um reencontro com o ex em um casamento. 

De um jeito ou de outro, seu blog se torna a sua salvação e só mostra mais que tudo o que nós passamos em um término não é algo individual, mas sim acontece com todo mundo, é algo normal. Para superarmos, precisamos tomar as rédeas da situação, estar a frente dos problemas, que é a lição que aprendemos. Tudo passa, e um término também. Eventualmente, vamos superar. O melhor foi que María Fe não terminou com um interesse romântico, e isso foi um dos mais especiais charmes do filmes - ele mostra na cara dura que não se precisa de alguém para superar outra pessoa, passa a mensagem de amor próprio antes de querer amar outra pessoa.

''A vida é como andar de bicicleta, para manter o equilíbrio devemos sempre continuar em frente.'' Fonte: Netflix

Os personagens secundários, Natalia, Carolina e Santiago são os melhores amigos que se pode ter, eles são leves e interessantes, não tem um grande aprofundamento, mas eu pessoalmente acho que é um outro charme de Como Superar um Fora. 

Não posso deixar de citar que o diretor de fotografia fez um ótimo trabalho nesse filme, sabendo mais do que como utilizar as cores fortes e os padrões geométricos que se encontra no filme todo. É uma explosão de cores, mas não machuca seus olhos. É um filme vivo e visualmente agradável para quem gosta de tons vivos. 

Indico para qualquer pessoa que quer sorrir, se divertir, mas principalmente para aquelas que levaram um pé na bunda daqueles e precisa de um motivo para dar umas risadas. Faça um brigadeiro de panela, pega uma garrafa de refrigerante e abuse disso tudo enquanto assiste o filme. Lembre-se sempre que estamos onde queremos estar, e somente nós somos responsáveis pela situação em que nos encontramos.

Nota: 10/10. Como é um filme leve, eu fiz minha consideração de nota em uma base leve. Você consegue aproveitar cada pedacinho do filme e se divertir, espaçar a cabeça. Muito realista e identificável, Maria Fe interpreta perfeitamente o pior estereótipo de quem levou um chute.